quinta-feira, 8 de maio de 2008

Nosce Te Ipsum

I

Leva-me para lugares que nunca fui,
Leva-me aos sonhos que nunca tive,
Leva-me longe, onde as fronteiras da minha mente, nunca, alguma vez poderiam chegar.

Desejos - nada mais…
Desejos – inocentes, imaturos, sonhadores, esperançosos.
Desejos – Inutéis.


II

Sabes, a vida sempre passará por ti,
O teu amigo Tempo,
Esse traiçoeiro nunca dorme!

Pensamentos dispersos definem-me hoje,
Tal como eu, fragmentos…
Os meus versos:
Um reflexo do meu ser, das minhas desilusões…

Meu amigo, meu confidente, eu sempre te tive a ti, apenas a ti,
O resto: pedaços de imperfeições,
Mas nem tu, nem mesmo tu me compreendes.


III

Eu não sei o que procuro. Eu não sei onde procurar,
Eu sei que me espera algures,
E eu estou perdida, neste longo e turbulento caminho,
Perdida, seguindo pistas deixadas pelo vento, sem direcção…
Eu não sei que conflito é este dentro de mim…

Oh, de onde vens? Diz-me porque vens! O que queres…
Oh, diz-me! Porque serei assim!
O que queres? Oh, vida…!
Ofereces-me desejos; objectivos? Ao mesmo tempo não me dizes por onde começar.

Porque fico confusa?
São tantas questões, demasiadas questões…

Eu simplesmente não consigo falar directamente para ti…
Por favor não te percas, permanece comigo.
Vamos ficar juntos até o Vazio, independentemente do que isso significar para mim.
Não te afastes! Ouve! Abraça a tua alma à minha.
(Mas por favor não te percas, permanece comigo)


IV

Silêncio. Eu não tenho nada além de uma alma solitária.
Perguntas-me por amigos?
Eu pergunto-te – Aqueles rostos que me vêm à memória? –
Esses, eu chamo-os.
Não sabes a resposta, nem eu sei,
(Ninguém pode saber) Somos feitos de subjectividade.


V

O amigo que procuro sou eu e ele próprio,
Aquele sem expressão, aquece-me o coração ao toque,
Responde-me sabiamente aquilo que nem o meu silêncio lhe chegou a perguntar.
Pedaço de minha alma, que me completa.
Muito mais que algo que alguma vez poderia explicar.
Pura metafísica, muito além da carne, muito além de sentimentos traidores,
Muito além daquilo que te deram a conhecer...

(Muito além daquilo que alguma vez virás a conhecer)


Talvez tenhas razão, o que procuro não tem descoberta.
Tu nunca compreenderás, nem mesmo eu.

(Já nem sei que estou a dizer)

Raramente chego à raiz.

Estes pensamentos são falsos.

Sentidos e Falsos.


Sentidos mas falsos…

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